Então os primeiros raios de sol brotam no infinito do horizonte, a noite começa a deixar de ser noite e o dia começa a dar bom dia. Estou sentado na areia, extremamente branca, fina e fofa, diante de uma imensidão de água azul cristalina, que se reflete na minha retina e mais parece uma pintura divina. É uma praia deserta, paradisíaca, silenciosa e ao mesmo tempo inquieta, onde a natureza se faz pura, bela e intensa. As ondas quebram perfeitas, simetricamente alinhadas, cronometricamente pausadas. Aliado ao som do mar, a brisa do vento terral, brando e tênue...
Ainda sentado na areia seguro a minha prancha e numa pequena distração, desvio a minha atenção daquela intensidade inquieta e olho para o meu cachorro Valente, e ele com as palavras do seu olhar, me diz: “colé brother o que tu tá esperando, te atira logo nesse mar que tem altas, e vai logo se não eu pego a tua prancha e vou eu”. Porém, Valente não podia entender o que se passava na minha cabeça, por mais que fosse o cenário mais perfeito que eu e Valente havíamos nos deparado, eu ainda procurava entender o quanto eu era pequeno diante de tamanha riqueza.
Por mais algumas horas ainda fiquei estático com o mesmo semblante, tentado enxergar além do que os meus simples olhos permitiam a ver, mas as ondas me chamavam, solicitavam a minha presença, a minha companhia, elas queriam “trocar uma idéia”, interagir...
Então eu fiquei surfando por horas e horas, sozinho e ao mesmo tempo muito bem acompanhado... Nesse momento eu já estava com o sorriso no rosto, alegre, faceiro, realizado... olhando para aquela imensidão de mar, montanha, areia e vegetação, e começava a me sentir integrado com tudo aquilo, me sentia fazer parte da paisagem e começava a entender o porquê de estar ali e o quanto aquilo tudo era tão importante.
Nossa vida também é movida por ondulações, cenários e paisagens, talvez seja difícil saber contemplar a beleza que nos cerca, talvez seja difícil saber qual a onda certa, ou qual a melhor praia pra investirmos o nosso tempo, o nosso surfe, ou então provavelmente não encontraremos a praia paradisíaca num primeiro momento, talvez estejamos esperando uma Tsunami vir e mudar tudo ou então já nos sentimos tão cansados que queremos apenas uma marolinha...
Uma coisa é certa, as ondas nunca param de quebrar....
4 comentários:
Fábio...
Adoramos o texto ficou lindo...parabéns e é claro QUEREMOS MAIS!!! beijos dos primos nati e leo
Nesses dias o cara agradece a Deus por estar vivo e ter escolhido pular da cama mais cedo para investir toda a sorte da trip.
Vai dizer, pegar um clássico de manhã cedo sem ninguém na água, ou com alguns camaradas (ou melhor ainda, com um ou dois caras que tu nem conheça mas acaba ficando amigo depois de pegar altas ondas) ganha o mês inteiro! A vibe é outra!
Grande Abraço
Olha só, até o Guga comentou teu blog hehe!
Muito show esse texto, adorei tudo.
Parabéns pelo blog e pelos textos.
Beijos,
Carol
e aí Fabio, gostei do Valente, pelo jeito as ambições e sonhos continuam o mesmos. Infelizmente ondas perfeitas estão se tornando uma utopia na correria do dia a dia. Saudades das nossas trips (infinitas ondas em Itapirubá)!
Abração pra ti e para a nação Gerson´s.
Sandro.
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