domingo, 23 de janeiro de 2011

O esconderijo atrás de muros perdidos

Não preciso me esconder dessa circunstância perdida da razão,
Também não sou a razão,
E daqui a pouco não terei nem mais o pão,
O arroz e o feijão.
E, então?
O que resta dessa festa?
Mas não me peça,
Já estou com pressa,
E de saco cheio a beça.
E agora, sou eu quem digo:
Entendi, o “tal” perdido,
Lembro-me do que estava esquecido.
Foi naquele dia de mar agitado,
Dia do cachorro fugido.
No que apertei a tua mão,
Diante daquela confusão,
Veio o furacão.
Ao olhar nos teus olhos,
Me perdi na redenção.

Nas corredeiras do horizonte

Em um dia qualquer,
Numa transfigurada manhã,
Ouço os prantos de Martina.
Agora arrependida, ferida.
Não deu ouvido aos conselhos,
Não deu chance à razão.
Se cegou na ilusão,
Se perdeu na ambição.
Agora tenta se justificar,
Se diz enganada, iludida.
Vítima?
Sim, vítima sim!
De si mesma,
De sua ganância,
De sua prepotência.
Do seu incansável desejo de ter o que não tem,
E de ser o que não é.

Preciso Velejar

Não existem respostas imutáveis
Eu só quero me confundir ainda mais
Ter o teu querer mais o que não querer
Eu só quero um abraço silencioso
Um olhar carinhoso
Não quero nada que não tenhas
Eu só quero que venhas...

Com o vento que tanto sopra
Colocarei meus marujos a trabalharem
Que virem as velas
Que cuidem da direção
E saibam perceber em qual você está
Não me deixe em um dia de águas paradas
Não me deixe em um dia de vento estagnado
Sou a intensidade da brisa
E preciso velejar!